quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Ficologia no Piauí



O Piauí situa-se na Região Nordeste do Brasil, no hemisfério Sul e Ocidental e possui zona climática Intertropical. Seu litoral abrange uma área correspondente a 66 km, na qual podemos encontrar ambientes com afloramentos rochosos, onde geralmente é encontrada uma grande variedade de algas.

 >>Mapa de localização do litoral do estado do Piauí, Brasil.


A área da ciência que estuda os organismos fotossintetizantes aquáticos denominados de algas é conhecida como ficologia ou algologia (Phykos, do grego = alga). Segundo Bicudo & Meneses (2006), em “alga” estão inclusos os talófitos e protistas clorofilados, cujos órgãos de reprodução jamais são envoltos por um conjunto ou tecidos constituídos de células estéreis. Na caracterização das algas existe uma enorme variação de estrutura, formas de reprodução, históricos de vida, processos fisiológicos e de ambientes em que vivem os organismos com tal denominação.
 
As algas são organismos capazes de ocupar todos os meios que lhe ofereçam luz e umidade suficientes, podendo ser encontradas, geralmente, tanto em água doce, salgada e salobra, quanto em solos úmidos ou mesmo sobre a neve (Vidotti & Rollemberg, 2004). As áreas mais ricas em macroalgas, tanto em diversidade biológica quanto em biomassa, são os costões e fundos rochosos e as áreas recifais (Oliveira et al., 1999).

Segundo Oliveira et al. (1999), a distribuição de algas ao longo da costa do Brasil é o resultado de uma interação complexa entre fatores históricos, biogeográficos; características das massas de água; disponibilidade de substrato consolidado; presença de curso de água doce e de interações bióticas. De acordo com Raven et al. (2007), ao longo da zona costeira rochosa, as macroalgas de maior porte e complexidade podem ser encontradas, quando em marés de sizígia distinguem-se facilmente camadas que refletem a posição das espécies de algas em relação à sua capacidade de sobreviver à exposição da luz solar.
 
Os trabalhos realizados no Piauí incluindo as algas marinhas bentônicas são escassos. Observando isso, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) consideraram necessário e interessante um estudo mais aprofundado sobre a ficologia piauiense e resolveram criar o BENTOFIC, a fim de obter dados relevantes e divulgá-los à sociedade, logo por que se tem observado um crescimento da ação antrópica nas diversas praias do litoral piauiense.

Seja bem vindo ao espaço BENTOFIC, onde poderemos discutir e compartilhar informações sobre esta área da ciência que é tão importante: a ficologia.


Bicudo CEM. & Meneses M. Gêneros de algas de águas continentais do Brasil (Chave para identificação e descrições). São Carlos: Rima, 2006.
Oliveira EC, Horta PA, Amancio E e Sant’anna CL. 1999. Algas e angiospermas marinhas bênticas do litoral brasileiro: diversidade, explotação e conservação. In: Workshop sobre Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade das zonas costeira e marinha. Relatório Técnico. Brasília, Ministério do meio Ambiente.
Raven PH, Evert RF e Eichoorn SE. Biologia Vegetal. 7° Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. 830p.
Vidotti EC & Rollemberg MCE. 2004. Algas: da economia nos ambientes aquáticos à biorremediação e à química analítica. Química Nova, v.27, n.1, p. 139-145.


4 comentários:

  1. Adorei a iniciativa. Vamos postar mais informações e divulgarmos para os nossos alunos do Campus Ministro Reis Velloso da Universidade Federal do Piauí. Primeiro passo: Como coletar, armazenar e herborizar as macoralgas??

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  2. Muito bom este trabalho de divulgação.
    Parabéns aos idealizadores.

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